sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Museu exibe escultura artística de mamute com 35 mil anos de idade...

O Museu de Neandertal de Mettmann, cidade a oeste da Alemanha, abriu uma mostra temática sobre mamutes nesta sexta-feira.

Entre os objetos expostos, há uma escultura artística do animal feita em marfim, com data aproximada de 35 mil anos, considerada uma das mais antigas do mundo.

O artefato foi encontrado a sudoeste da Alemanha.


Funcionária do Museu de Neandertal, na Alemanha, exibe peça de marfim que reproduz um mamute.

sábado, 30 de outubro de 2010

Artista norte-americano vira celebridade por esculpir impressionantes imagens em abóboras...

Este não é um hábito tão comum aqui no Brasil, mas o resultado é fantástico. São necessários vários meses para a fruta crescer e apenas poucas horas para o artista Ray Villafañe esculpir uma imagem.

O designer e ex-professor de artes usa colheres e um bisturi para esculpir as abóboras para a festa de Halloween. O negócio deu tão certo, que Villafañe tornou-se uma pequena celebridade nos EUA, aparecendo em vários programas de TV.

“Esculpir sempre foi uma paixão. Pensei por que não tentar esculpir a abóbora como se fosse um pedaço de barro? Saiu tudo bem, mas o resultado mais importante foi que as crianças na escola simplesmente adoraram”, disse ele ao Daily Mail.






sábado, 16 de outubro de 2010

Patrimônio submerso no litoral espanhol...


Governo de Madri lança programa para vasculhar as costas do país em busca de embarcações e tesouros naufragados entre os séculos XVI e XIX


A Marinha Espanhola lançou no último dia 08 de setembro um programa para proteger o patrimônio histórico que está submerso nas costas do país. Equipada com navios, submarinos, dois caça-minas e cerca de 100 profissionais, a instituição vai passar dois meses vasculhando o litoral da cidade de Cádiz, no sul da península Ibérica, em busca de vestígios de naufrágios que ocorreram nos séculos passados.

Nesse primeiro mês de atividades, a Marinha já identificou uma centena de possíveis sítios na região, o que totalizaria, segundo informações publicadas pelo jornal inglês The Guardian, algo entre 500 e 800 embarcações afundadas. O chamado Golfo de Cádiz é uma das áreas que mais abriga tesouros submersos, já que a região recebia boa parte dos navios espanhóis que durante os séculos XVI, XVII e XVIII traziam ouro e prata das colônias americanas.

Por enquanto, nenhum dado foi confirmado pelo governo espanhol, que encaminhou os vestígios encontrados para análises laboratoriais e de arqueólogos. Comprovada a sua originalidade, esses materiais devem ser encaminhados para instituições como o Museu Naval de Madri e o Museu Nacional de Arqueologia Subaquática.

Segundo informações do mesmo periódico, esse programa da Marinha seria uma resposta do governo espanhol a um incidente ocorrido em 2007 envolvendo o navio Nossa Senhora das Mercedes. A embarcação, afundada pelos ingleses em 1804 no sudoeste de Portugal, foi encontrada pela empresa transnacional Odyssey Marine Exploration, que retirou do local cerca de 500 milhões de dólares em moedas e artefatos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cosmos, de Carl Sagan completa 30 anos...


“Nós somos uma forma do Cosmos conhecer a si mesmo”.

Quando a Humanidade deu seu grande salto na Lua em 1969, em torno de meio bilhão de pessoas assistiram empolgadas em pequenas TVs em preto e branco a dois astronautas pisarem em outro mundo. O evento marcou toda uma geração e continua sendo um dos maiores feitos de nossa espécie, mas apenas três anos depois, quando os astronautas da Apollo 17 deram o último adeus ao nosso satélite natural, o interesse popular pela exploração espacial já não era tão grande. Faltava algo mais básico para continuar a alimentar o grande interesse público além da novidade de pisar na Lua.

Foi neste contexto que um cientista espacial que continuava a explorar outros mundos com sondas robóticas renovaria a fascinação de centenas de milhões. Através da mesma telinha, agora a cores e com efeitos especiais e um roteiro quase poético, ele relembraria e para muitos apresentaria pela primeira vez o que realmente significava aquela pegada no solo lunar – e tanto mais além desta façanha.


Desde as verdadeiras dimensões do Universo em que vivemos até a magnífica aventura do conhecimento que levou um pequeno punhado de macacos pelados a se estender por todo um planeta e, com o poder fantástico do método científico, viajar ainda mais longe. À vastidão em que ainda não tocamos, com uma “nave da imaginação” modelada à imagem de uma semente de dente-de-leão ao vento, ele nos levaria cruzando a galáxia por anos-luz.

Falamos, é claro, da série televisiva “Cosmos: Uma Viagem Pessoal” do astrônomo Carl Edward Sagan, cujo primeiro episódio foi ao ar pela TV americana em 28 de setembro de 1980. Toda uma geração, incluindo este que escreve estas linhas, já nasceu e cresceu não sob a sombra, mas sob a luz e inspiração de uma obra ao mesmo tempo popular e imensamente inteligente, sóbria e profundamente atraente.


Quando finalmente retornarmos à Lua depois de um longo afastamento, ou quando visitarmos Marte e os infinitos mundos que nos aguardam pelo espaço, talvez nosso interesse e excitação como um todo dure um tanto mais porque nos lembraremos de sua grande e bela visão.


Três décadas depois, é surpreendente como muito da visão de Sagan do Cosmos seria largamente validada, transformando especulação otimista em fato científico. Um destes elementos mais empolgantes envolve o primeiro planeta fora do sistema solar, que só seria confirmado como descoberta científica quase uma década depois que Sagan despertasse milhões às tantalizantes possibilidades da multiplicidade de mundos.

Pois desde o primeiro exoplaneta em 1988, quase 500 exoplanetas já foram confirmados. Os nove, ou melhor, oito planetas de nosso sistema solar são hoje poucos em comparação com as centenas de outros corpos orbitando estrelas longínquas. E a viagem da imaginação aos fatos não parou aí.

Os dados iniciais de um novo satélite, o Kepler, como parte continuada da exploração do Cosmos, podem mais do que dobrar este número em poucos meses de observação, levando à sugestão de que planetas sejam não só quase onipresentes pela Galáxia, como que até 100 milhões de planetas como a Terra populem a Via Láctea. Por sua vez, apenas uma das centenas de bilhões de galáxias pelo Universo.


Na mesma semana de aniversário de Cosmos, o mais forte candidato a exoplaneta potencialmente habitável, chamado Gliese 581 g, foi anunciado com grande animação. A beleza disto é que sendo esta a ciência, a descoberta pode ou não ser confirmada, mas sendo esta a ciência e particularmente uma área que assistiu a enormes avanços nas últimas décadas, é uma questão de tempo até que dezenas, centenas, milhares e quem sabe mesmo milhões de planetas como a Terra sejam comprovados em nossa galáxia.

São números que mesmo o homem dos grandes números, com quem o apresentador Johnny Carson brincava sobre os “bilhões e bilhões”, tomaria como uma estimativa muito otimista. O amanhã em que vivemos hoje trata de confirmá-la como fato. Imaginação e ceticismo, combinados para descobrir que sonhos podem ser realidade.


Em meio à viagem pelas estrelas, e entre os milhões de planetas como a Terra que podem existir, Sagan também se preocupou muito em abordar as questões muito humanas que enfrentávamos em nosso único e pálido ponto azul. No início da década de 1980, a Guerra Fria começava a se reaquecer enquanto EUA e União Soviética acumulavam dezenas de milhares de ogivas nucleares, um número grande que o cientista espacial se dedicou obstinadamente a diminuir. Poucos anos depois de Cosmos, Carl Sagan seria um dos descobridores do Inverno Nuclear, destacando ainda mais o perigo de extinção que enfrentávamos como espécie.


Igualmente superando as mais otimistas expectativas de Carl Edward, alguma lucidez tomou conta de líderes de ambos os lados, que passaram a diminuir seu arsenal, até que em 1989 a União Soviética implodiu sem o disparo de nenhuma bomba nuclear. Se superamos a maior urgência deste desafio, por outro lado, perigos sobre os quais Sagan também alertou e que há trinta anos pareciam menores hoje se tornam prioridade, como as mudanças climáticas e todo o impacto que o nosso próprio sucesso descomunal em habitar todos os continentes e contar com um número cada vez maior de confortos exerce sobre o pálido ponto que pode em breve tomar uma cor diferente e menos hospitaleira que o azul.


Vivemos em um fabuloso amanhã, com novos conhecimentos e novos desafios de uma geração somando-se à enorme jornada de milhares de ancestrais explorada em Cosmos. Lamentavelmente, vivemos também sem a companhia de Sagan, que nos deixou cedo apenas 16 anos depois de comover um mundo com a beleza e mesmo a espiritualidade que pode ser encontrada na busca pelo conhecimento através da ciência.

Se Sagan teve uma visão por vezes profética de descobertas futuras, também podemos profetizar com grande segurança que é mera questão de tempo até que um membro da geração sob a luz de Cosmos ganhe um prêmio Nobel. E ele – ou ela – será apenas o primeiro de muitos, enquanto Carl Sagan deve ter o mérito de ter inspirado diretamente mais do que qualquer outra pessoa um número gigantesco de jovens a seguir uma carreira científica e ajudar o Cosmos a conhecer a si mesmo.

O legado de Sagan vive como uma porção particularmente brilhante de conhecimento, e como tal só deve se multiplicar enquanto novas mentes continuarem sendo inspiradas a buscar saber mais sobre “tudo que existe, tudo que existiu e tudo que existirá”.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cristóvão Colombo descobriu a América. FALSO !

Ele foi o primeiro europeu a chegar ao Novo Mundo e revelou aos homens de seu tempo a existência de um continente até então desconhecido. Certo? Errado!




Oficialmente, o título de “descobridor da América” pertence ao navegante genovês Cristóvão Colombo, mas ele não foi o primeiro estrangeiro a chegar ao chamado Novo Mundo. Além disso, o próprio Colombo nunca se deu conta de que a terra que encontrou era um continente até então desconhecido.

A arqueologia já revelou vestígios da passagem dos vikings pelo continente por volta do ano 1000. Leif Ericson, explorador que viveu na região da Islândia, chegou às margens do atual estado de Maine, no norte dos Estados Unidos, no ano 1003. Em 1010 foi a vez de outro aventureiro nórdico, Bjarn Karlsefni, aportar nos arredores de Long Island, na região de Nova York. Além disso, alguns pesquisadores defendem que um almirante chinês chamado Zeng He teria cruzado o Pacífico e desembarcado, em 1421, no que hoje é a costa leste dos Estados Unidos.

Polêmicas à parte, Cristóvão Colombo jamais se deu conta de que havia descoberto um novo continente. A leitura de suas anotações de bordo ou de suas cartas deixa claro que ele acreditou até a morte que tinha chegado à China ou ao Japão, ou seja, às “Índias”. É o que o navegador escreveu, por exemplo, em uma carta de março de 1493.

Mesmo nos momentos em que se apresenta como um “descobridor”, Colombo se refere aos arredores de um continente que o célebre Marco Polo – do qual foi leitor assíduo – já havia descrito. Em outubro de 1492, depois de seu primeiro encontro com nativos americanos, o explorador fez a seguinte anotação em seu diário de bordo: “Resolvi descer à terra firme e ir à cidade de Guisay entregar as cartas de Vossas Altezas ao Grande Khan”. Guisay é uma cidade real chinesa que Marco Polo visitara. Nesse mesmo documento, Colombo escreveu que, segundo o que os índios haviam informado, ele estava a caminho do Japão. Os nativos tinham apontado, na verdade, para Cuba.

Suas certezas foram parcialmente abaladas nas viagens seguintes, mas o navegador nunca chegou a pensar que aportara em um novo continente. Sua quarta viagem o teria levado, segundo escreveu, à província de “Mago”, “fronteiriça à de Catayo”, ambas na China.

Apesar disso, Colombo revestiu seus relatos com um tom profético. “Estou convencido de que se trata do paraíso terrestre”, disse a respeito da foz do rio Orinoco, no território das atuais Colômbia e Venezuela. Quando voltou à Europa, ele chegou a redigir um “livro de profecias”, no qual juntou citações bíblicas a textos de cosmografia e de profetas medievais numa tentativa de, aparentemente, relacionar o Novo Mundo aos reinos míticos de Társis e Ofir, citados no Antigo Testamento. A obra não chegou a ser terminada.

Somente nos últimos anos de sua vida o genovês considerou a possibilidade de ter descoberto terras realmente virgens. Mas foi necessário certo tempo para que a existência de um novo continente começasse a ser aceita pelos europeus. Américo Vespúcio foi um dos primeiros a apresentar um mapa com quatro continentes. Mais tarde, em 1507, a nova terra seria batizada em homenagem ao explorador italiano. Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem entender bem o que havia encontrado.

sábado, 25 de setembro de 2010

Papel + criatividade...






É sensacional ver pessoas talentosas em plena atividade. As fotos que ilustram este post provam isso. A maioria dos edifícios e estruturas apresentadas aqui são feitas em uma única folha de papel, dobrada e cortada milimetricamente para criar belas esculturas.

O que torna os trabalhos fantásticos, além da estética, é o esforço e imensa quantidade de paciência que cada artista deposita.






A divisão do Mar Vermelho, pode realmente ter acontecido...





Um dos episódios mais dramáticos da Bíblia, a divisão do Mar Vermelho, pode realmente ter acontecido. É o que novas pesquisas científicas mostram.

Entretanto, o evento descrito no Livro de Êxodo foi, provavelmente, motivado por condições meteorológicas e não por uma intervenção divina.
Um estudo de modelagem sugere que um vento forte poderia ter dividido as águas tal como descrito na Bíblia, intrigando os estudiosos e encantando os filmes de Hollywood. A localização do provável milagre também não teria sido no Mar Vermelho e sim na região do Delta de Nilo.

No relato do Êxodo, Moisés e os israelenses estavam presos entre os carros de Faraó e uma massa de água, identificada como o Mar Vermelho. Graças a uma intervenção divina, um forte vento oriental acabou separando as águas para deixar um trecho de terra seca, com paredes de água em ambos os lados. Por ali, os guiados por Moisés conseguiram fugir do exército de Faraó e os soldados, que vinham logo atrás, acabaram sendo afogados.

Segundo uma matéria do Daily Mail, um grupo de cientistas norte-americanos estudaram mapas antigos da região do Delta do Nilo, onde localizaram o provável local do evento. Análises de registros arqueológicos, medições por satélite e mapas permitiram aos pesquisadores estimar o fluxo de água e profundidade no local há 3 mil anos.

Um modelo digital do oceano foi então utilizado para simular o impacto de um vento forte nas águas. Os cientistas descobriram que um vento leste teria impulsionado as águas.

Por um período de quatro horas, as águas realmente teriam sido separadas, com obstáculos de água em ambos os lados e criando uma passagem de 3, 2 km de comprimento e 5 km de largura. Assim que os ventos diminuíram, as águas voltaram ao fluxo normal.

Carl Drews, do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas, em Boulder, Colorado, declarou: “A separação das águas pode ser compreendida através da dinâmica de fluidos. O vento moveu a água de uma forma que, em conformidade com as leis da física, criou uma passagem segura de água em dois lados e, em seguida, abruptamente permitiu que a água corresse de volta”.

Ele ainda complementou: “As pessoas sempre ficaram fascinadas por esta história do Êxodo, querendo saber se tratava-se de fatos históricos. O que este estudo mostra é que a descrição da divisão das águas na verdade tem uma base em leis físicas”.


Um conjunto de 14 simulações de computador mostrou que a terra seca também pode ter sido exposta em outros dois locais próximos, durante a tempestade de vento.

domingo, 8 de agosto de 2010

300 anos no fundo do mar...




O Vasa, da Suécia, foi o maior e mais poderoso navio de sua época. Mas transformou-se num fiasco ao afundar assim que foi lançado à água. Resgatado e preservado num museu ultramoderno, em Estocolmo, ele trouxe à tona um pedaço intacto do século XVII.





Estocolmo, verão de 1628. No ensolarado dia 10 de agosto, uma multidão alegre reuniu-se para assistir o mais novo galeão da armada real, o Vasa, ser lançado ao mar. Era um dos maiores navios do seu tempo: tinha 64 canhões, dez velas e três mastros (o maior, de 50 metros). Quando a brisa enfunou as velas, milhares de pessoas na praia saudaram o galeão avançando na baia.

Súbito, os gritos de alegria viraram murmúrio de horror. Uma lufada de vento fez o Vasa adernar à esquerda. O navio ainda conseguiu endireitar-se, mas apenas para tombar de novo, agora com água entrando pelos buracos dos canhões no casco. Majestosamente, o Vasa afundou com velas, bandeiras e bronzes, levando 50 homens e mulheres. Percorreu 1 300 metros na sua única viagem.

Foi o maior fiasco da história naval sueca. Os mestres do estaleiro, o capitão e o piloto foram presos tão logo salvos da água. Mas um inquérito aberto em seguida foi suspenso sem apontar responsabilidades.

Em 1956, o caçador de tesouros Anders Franzén realizou o impensável. descobriu o Vasa e, com a ajuda do governo sueco, tirou-o do fundo da baia e trouxe-o intacto para a superfície. O navio e os 25 mil objetos achados nele, primorosamente restaurados, podem ser vistos, hoje, no museu mais visitado da Suécia o Museu do Vasa.

O Vasa foi encomendado pelo rei Gustav Adolf II para impor seu poder no Báltico. Uma armada poderosa, raciocinou o rei, protegeria as linhas de suprimento para a guerra então em curso contra os poloneses, e permitiria bloquear portos poloneses importantes, como Danzig (hoje Gdansk). O Vasa era instrumento e expressão de planos grandiosos. E foi o navio mais caro, maior e mais poderoso da sua época.

Mil carvalhos foram derrubados para a construção do casco. O barco todo foi luxuosamente adornado por mais de 700 estátuas barrocas representando leões imperiais, profetas do Velho Testamento, imperadores romanos, heróis da mitologia grega, sereias, anjos e demônios. Ao contrário do que ocorre na arquitetura moderna, no Vasa a função foi submetida à forma para promover a imagem gloriosa de Gustav Adolf II. Todos os que vissem o navio deveriam impressionar-se com o esplendor e o poder da monarquia sueca.

Mesmo assim, durante os três anos de construção, a escalada da guerra com a Polônia e a proximidade de uma guerra com a Alemanha induziu à revisão dos planos. O navio já tinha forma quando Gustav Adolf decidiu aumentá-lo às pressas. Não foi fácil, já que os mestres de obras da época não desenhavam a estrutura das naus e não dispunham de meios para calcular sua estabilidade. Ensaio e erro, talento e experiência eram a base da indústria. Além disso, o mestre de obras holandês, Henrik Hybertsson, morrera um ano antes do Vasa ser concluído e a responsabilidade pela obra foi entregue à viúva e a um assistente e um irmão de Hybertsson.

O rei decidiu adicionar um segundo andar ao Vasa para dobrar seu poder de fogo de 32 para 64 canhões que representavam um quarto do poder de fogo de toda a frota sueca. Com isso, o espaço destinado ao lastro ficou reduzido, limitado a comportar 121 toneladas de pedras. Era menos da metade do que mandavam os manuais.

A ambição de Gustav Adolf, por-tanto, selou o desastre do Vasa. E o inquérito de 1628 ficou sem conclu-são por motivos óbvios. Mas a culpa não foi só do rei. O piloto Joran Mattson, revelou, no inquérito, que o homem mais influente da Marinha, o Vice-Almirante Klas Fleming, e o comandante do Vasa, capitão Sofring Hansson, acompanharam, pessoalmente, os testes de estabilidade.

Nesses testes, trinta homens corriam diversas vezes pelo convés da popa, para ver se ele se desequilibrava. Mas logo tiveram de ser interrompidos, pois na terceira volta o navio adernou perigosamente. Ou seja, estava claro que alguma coisa não ia bem com o Vasa. Mas as autoridades silenciaram e não tomaram providência.

Três dias após o naufrágio, o Conselho do Reino autorizou o resgate dos canhões do Vasa. O Vice-Almirante Fleming, o mesmo que silenciara sobre os testes de estabilidade, conseguiu recuperar vários. Muitos tentaram resgatar objetos do Vasa tantos que, em 1961, 40 âncoras, de diferentes séculos foram encontradas presas no casco. O mais bem sucedido foi o sueco Albreckt von Treileben que, em 1664, desceu até o fundo usando um sino submarino. O princípio era o mesmo de um copo emborcado na água: sempre fica uma camada estreita de ar na parte superior do copo. No sino, isso permite que o mergulhador respire. Treileben resgatou 50 dos 64 canhões.

O Vasa, então, foi abandonado e sua localização, esquecida. Em 1950, o engenheiro naval, caçador de tesouros e estudioso de arquivos Anders Franzén decidiu procurá-lo. Em experiências anteriores, Franzén descobrira que as águas pouco salgadas do Báltico gozam de um privilégio: são inós-pitas ao verme Teredo navalis, que destrói a madeira dos navios. Por isso, o Vasa deveria estar lá, inteiro, no fundo. Franzén achou-o em 1956, após cinco anos de busca.

Imediatamente, lançou-se uma campanha nacional para resgatar o navio.Salvem o Vasa era o seu mote. Não faltaram palpites. Um pesquisador propôs congelar o Vasa em um imenso bloco de gelo. Dessa maneira, ele deveria flutuar. Outro afirmou que o mesmo efeito poderia ser conseguido se o navio fosse abarrotado de bolas de ping-pong.

A estratégia adequada foi definida com a ajuda da Marinha Real e de empresas de navegação e resgate. Mergulhadores operando canhões de água cavariam túneis por baixo do casco, enfiando neles cabos de aço para erguer o navio. Em agosto de 1959, após 300 anos, o Vasa soltou-se do fundo.

Dezoito vezes a operação foi repetida, deslocando-se o Vasa gradualmente para águas mais rasas. Antes da última e definitiva suspensão, o casco teve de ser restaurado para poder flutuar. Os mergulhadores ainda levaram dois anos para tapar milhares de buracos abertos por pregos desintegrados pela ferrugem. A pôpa quebrada foi reconstruída e as 64 aberturas para os canhões, no casco, foram substituídas por escotilhas à prova d'água. No dia 24 de abril de 1961, as televisões do mundo todo e milhares de pessoas assistiram o Vasa voltar gloriosamente à superfície trazendo consigo um pedaço intacto do século XVII.

No século XVII, a Suécia era um país pobre, mas uma potência em expansão. Em 1621, o rei Gustav Adolf declarou guerra à Polônia. A Lituânia e a Prússia, sob domínio polonês, foram palcos da guerra. O adversário foi batido em 1629 um ano após a tragédia do Va--sa.Em 1630, Gustav Adolf sentiu-se forte para começar outra guerra, ao lado dos príncipes protestantes contra os católicos liderados pelo imperador da Alemanha a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Em junho de 1630, a bordo de 37 navios, os suecos invadiram a Alemanha com 15 mil homens.

Como o Vasa havia sido construído para participar dessas lutas, os objetos encontrados nele revelam muita coisa sobre o mundo no século XVII. Apesar da toda a sua grandeza, a vida dos marinheiros era dura. Um em cada dez suecos era recrutado pela Marinha. Quando a armada voltou da Polônia, em 1629, os marinheiros tiveram de ficar em Estocolmo, proibidos de visitar suas cidades. Temia-se que fugissem. O salário era pequeno e parte dele era usada para pagar roupas e comida.

Os homens usavam jaqueta curta, com uma camisa de linho grosso por baixo, calções até o joelho e casacos de lã. Meias e sapatos de couro macio, ou botas. As roupas tinham que durar bastante porque não havia outras. Por isso, serzir, costurar e remendar eram atividades comuns a bordo. Agulhas, facas para cortar pano e linhas de costura foram achadas em profusão no Vasa.

O marinheiro que não estivesse nas velas ou cuidando da âncora ficava junto aos canhões. Ali, fazia as refeições, usando pratos e colheres de madeira, dormia e lutava, durante as batalhas.

A cozinha ficava no fundo do navio e servia uma dieta básica de mingau de cevada, cereais cozidos com feijão e ervilha seca, além de carne ou porco salgado, peixe seco e pão. Os cozidos eram feitos em um único caldeirão de ferro, sobre o fogo de uma lareira de tijolos. Não havia chaminé. A fumaça enchia os andares que a tripulação ocupava.

Higiene não existia. O risco de morrer em epidemias era maior do que o de morrer em batalha. Escorbuto, disenteria, malária e difeteria eram comuns. Em 1628, dois terços dos marinheiros de uma esquadra enviada à Polônia morreram. O médico de bordo era também o barbeiro e os principais tratamentos eram cataplasmas, ervas medicinais ou sangramentos (para tentar expelir do corpo a causa do mal). Amputações eram feitas sem anestesia. O regulamento mandava dar dois copos de cerveja para fortificar aos marinheiros jovens, antes das batalhas.

As penalidades por infrações eram cruéis. Uma das mais temidas era passar o infrator por baixo da quilha, amarrado pelo pé, uma, duas ou três vezes, de acordo com a falta. Se não morresse afogado, ele dificilmente sobrevivia aos ferimentos e arranhões sofridos no casco do navio. A navegação também podia ser muito perigosa: na década de 1620, a Suécia perdeu 15 navios de guerra, mas só dois em batalha. Treze afundaram em consequência de terem saído da rota devido a erros de navegação.

Quando o Vasa subiu à superfície, antes de começar a escavar na lama no fundo do casco, os arqueólogos vacinaram-se contra tétano, tifo e icterícia. Mais de 14 mil fragmentos de peças foram recompostos. Mas o maior problema foi preservar a madeira fora da água após 300 anos de imersão. A madeira molhada se contrai e racha quando exposta novamente ao ar quente e seco. O Vasa quebraria inteiramente se não fosse cuidadosamente tratado. No início, ele foi umedecido por sprays. Ao mesmo tempo, o desafio de remover a água de 1 100 toneladas de madeira era su-perado por injeções de glicose de polietileno (PEG). Essa substância penetra na madeira e expulsa a água.

O tratamento durou 18 meses pa-ra o carvalho e um ano para as ma-dei-ras macias. Durante 17 anos, o navio foi impregnado por dentro e por fo-ra até saturação. Em 1979, finalmente, o casco foi secado. Mas o navio con-tinua frágil. No museu, o ar é mantido com 60% de umidade e a temperatura em 20 graus. A luz tem que ser fraca. Toda a delicadeza é pouca para que um pedaço do século XVII chegue à eternidade.

Por Ricardo Arnt

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Marselhesa não nasceu em Marselha...

O oficial Rouget de Lisle compõe uma mera canção de guerra que se tornaria símbolo da Revolução Francesa

Em julho de 1792, soldados vindos dessa cidade do sul da França entraram em Paris entoando a canção que se tornaria o hino nacional do país. Mas a música foi composta em Estrasburgo


A Marselhesa ou Marseillaise, no original, hino nacional da França desde 1795, foi muito popularizada e difundida pelos soldados federados marselheses que entraram em Paris em julho de 1792. Mas sua história certamente não começou em Marselha.

Alguns meses antes, em abril de 1792, Joseph Rouget de Lisle, oficial do exército francês e músico autodidata, compôs uma canção intitulada Canto de guerra para os batalhões baseados na cidade de Estrasburgo. A peça era uma homenagem à fama liberal e patriótica da cidade, na qual Rouget de Lisle e seus comandados estavam de prontidão, inflamados pela notícia da declaração de guerra feita pelo imperador da Áustria. O tema rapidamente se espalhou e versos como “Aux armes citoyens, étendard de guerre est déployé...” (“às armas, cidadãos, o estandarte de guerra está desfraldado...”) passaram a ser entoados por todos.

Foi nessa atmosfera que Philippe-Frédéric de Dietrich, prefeito de Estrasburgo, solicitou ao oficial francês que apresentasse seu canto patriótico no dia 25 de abril do mesmo ano. A canção foi retrabalhada e editada pelo compositor Gosece e pela esposa de Dietrich, sendo tocada quatro dias depois diante de oito batalhões da Guarda Nacional. O sucesso foi imediato.
Em pouco tempo, por intermédio de viajantes e mascates, a música chegou à Provença, no sudeste da França, e teve seu verdadeiro impulso: foi interpretada em 22 de junho pelo general François Mireur na cerimônia de recepção dos federados de Montpellier, em Marselha, e publicada pela imprensa da cidade com o título de #Canto de guerra dos exércitos nas fronteiras#. Um mês depois, a canção chegava a Paris com os soldados federados marselheses, que a cantaram durante todo o trajeto. Desde então, passou a ser associada a essa cidade do sul da França. No dia 4 de agosto o jornal La Chronique de Paris evocou o canto dos marselheses, e seis dias depois ele seria entoado durante a famosa tomada do Palácio das Tulherias.

Em 20 de setembro de 1792, o exército revolucionário, comandado pelo general Dumouriez, venceu a Batalha de Valmy, travada contra a nobreza francesa e seus aliados austríacos e prussianos, que tentavam derrubar o regime instaurado em 1789. Na ocasião, Servan de Gerbey, ministro da Guerra da França, escreveu ao general vitorioso: “O hino conhecido pelo nome de La Marseillaise é o Te Deum da República”. A partir de então, a canção passou a ser executada em todas as grandes comemorações cívicas.

Em 1793, a Convenção ordenou que o canto fosse entoado em todos os espetáculos da República. Em 1795, um decreto consagrou a “Marselhesa” como hino nacional da França. A República impôs definitivamente à obra de Rouget de Lisle um nome que não era o seu, embora o autor nunca deixasse de chamá-la pelo título original.

Embora muito discutida pelos eruditos do século XIX, a autoria da obra não foi questionada durante a Revolução: a própria Assembleia Nacional deu dois violoncelos a Rouget de Lisle em recompensa pelos serviços prestados. Fosse qual fosse a paternidade real da canção mais conhecida da França.

por Antoine Roullet

terça-feira, 27 de julho de 2010

Templários: entre a cruz e a coroa...


A popularidade do mito criado em torno da Ordem esconde o papel original que os cavaleiros desempenharam no embate entre o papado e as monarquias nacionais no século XIV


A Idade Média é um tema profundamente atual. O período é hoje tema de filmes, espetáculos, romances, festas medievais, lojas e restaurantes, sites da internet, jogos como RPG etc. Mesmo de um ponto de vista acadêmico, algumas obras recentes mostram uma verdadeira obsessão pelas origens medievais da Europa e da própria União Européia.

A Ordem dos Templários constitui um dos temas que melhor ilustram o fascínio exercido pela Idade Média nos dias de hoje. Uma rápida consulta em qualquer sítio de busca na internet mostra a atualidade do interesse pela Ordem dos Templários. Muito se tem escrito sobre o caráter místico da Ordem, seu papel como guardiã de segredos e tesouros da Igreja e até mesmo sobre seu caráter “demoníaco”. Por outro lado, a própria história da Ordem fornece elementos que ajudam a entender essa lenda contemporânea. O processo movido contra a Ordem pelo rei da França, Felipe IV, no início do século XIV, na medida em que incluía acusações de heresia e bruxaria, em muito contribui hoje para a associação entre os Templários e o ocultismo.
O fato é que as apropriações contemporâneas obscureceram a originalidade e o significado da Ordem no período medieval. Em que pese sua fundação em um contexto cruzadístico (mais precisamente em 1120), a história dos Templários insere-se mais profundamente no projeto de Reforma da Igreja (também conhecido como Reforma Gregoriana), levado a cabo pelo papado a partir da metade do século XI. Este último buscou se servir da Ordem como um instrumento de transformação, de pacificação e de controle da sociedade.

Em 1139, através da bula Omne datum Optimum, os Templários foram colocados sob a proteção direta do papado, obtendo autonomia em relação às autoridades episcopais. Alain Demurger afirma que essa tendência à instrumentalização dos cavaleiros se acentuou durante as Cruzadas, já que essas peregrinações armadas rumo a Jerusalém combinavam o valor penitencial da peregrinação à ideologia dos “movimentos de paz”, intensificando o processo de sacralização da guerra empreendido pelos reformadores gregorianos.

Mas a conformação dos cavaleiros à ideologia eclesiástica não significava uma renúncia completa ao mundo, tal como acontecia entre os monges, e sim a submissão de suas atividades guerreiras aos desígnios do Cristo, como bem lembrou Jean Flori. Em outras palavras, eles se tornavam “cavaleiros de Cristo”, perfeitamente integrados à sociedade cristã e aos seus objetivos, e não mais cavaleiros em busca da simples glória terrena. É precisamente na conciliação de duas esferas até então incompatíveis – a vida militar e a vida religiosa – que reside a originalidade da Ordem dos Templários. A intervenção do rei da França, Felipe IV, que ordenou em 1307 a prisão de todos os Templários presentes no reino, o confisco de seus bens, bem como os processos políticos movidos contra eles, marcaram a crise do papado e o fortalecimento das monarquias nacionais.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Brasília vai rodar o mundo...

Exposição sobre os 50 anos da capital será montada em Portugal e Espanha. Principal atração é a maior maquete já feita da cidade

O aniversário de 50 anos de Brasília continua rendendo frutos. Está atualmente em exposição no Museu Nacional de Brasília a maior e mais completa maquete já feita da capital federal. Os brasilienses, porém, só tem até o dia 8 de agosto para ver a peça. Construído pelo arquiteto e maquetista Anotonio José Pereira de Oliveira, o modelo sairá em turnê pela Europa entre os meses de setembro e dezembro deste ano.

A peça será a principal atração da exposição Brasília 50 anos – meio século da capital do Brasil, que passará por Portugal e na Espanha no segundo semestre. Também é provável que a Alemanha ganhe uma versão da mostra, já que a cidade de Munique já demonstrou interesse pelo evento. Além da maquete, que mede 6 x 4,8 metros, a mostra vai reunir fotografias da capital brasileira, documentos de época, obras de arte e um ciclo de filmes sobre a cidade projetada por Oscar Niemeyer. A maquete ainda fará uma escala em Milão, na Itália, mas sem os demais materiais que compõem a mostra itinerante.

Enquanto isso, aqui no Brasil uma nova exposição sobre a cidade de Niemeyer abre suas portas no próximo dia 19 de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) da capital federal. A mostra Brasília e o Construtivismo: um encontro adiado explora a relação entre a cidade e o movimento artístico surgido na década de 1950. Embora esse estilo tivesse uma relação muito próxima com o modernismo, que orientou a construção da capital federal, ele acabou ficando de fora do plano urbanístico brasiliense. O objetivo da exposição é resgatar essas semelhanças artísticas e arquitetônicas, por meio de obras de consagrados nomes do construtivismo, como Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Quando a MPB era realmente popular...



Documentário Uma noite em 67, que estreia no próximo dia 30, conta os bastidores da “época de ouro” dos festivais


Diante de uma plateia em polvorosa, Edu Lobo, Marília Medalha e o Quarteto Novo interpretam Ponteio, canção vencedora do III Festival da Música Popular Brasileira (FMPB) da TV Record. O público vai ao delírio, mal se escuta a voz dos cantores. Poderia ser um estádio de futebol, mas não: é o Teatro Paramount, em São Paulo, que naquela noite de 21 de outubro de 1967 foi palco de um dos marcos da história da música no Brasil.

Esse é o ponto de partida de Uma noite em 67, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil que estreia no próximo dia 30 nos cinemas de todo o país. O título traduz bem o espírito da obra. Tudo se passa em uma única noite, a da final do III FMPB, que é reconstituída por meio de imagens de arquivo e entrevistas.

Sérgio Ricardo reflete sobre a desclassificação de sua Beto bom de bola depois que ele quebrou seu violão. Roberto Carlos conta por que interpretou um samba, Maria, carnaval e cinzas, que conquistou o quinto lugar da competição. Caetano Veloso e Gilberto Gil falam da ousadia de subir ao palco com duas bandas de rock para interpretar Alegria, alegria e Domingo no parque, músicas que ficaram em quarto e segundo lugar, respectivamente. E Chico Buarque explica o sucesso de Roda viva, terceira colocada no festival.

O resultado é uma espécie de making of histórico. Com o distanciamento no tempo, os entrevistados desconstroem boa parte do mito romântico criado em torno da “idade de ouro” da MPB. O primeiro a fazer isso é o próprio produtor dos festivais da TV Record, Solano Ribeiro. Ao comentar a final de 1967, ele afirma que naquele momento ninguém tinha consciência da dimensão artística, política e sociológica do evento. Aquilo era apenas um programa de televisão, afirma.

O jornalista e crítico musical Nelson Motta, compositor de uma das canções que concorriam em 1967, vai além: segundo ele, naquela época as telenovelas ainda não faziam o sucesso que fazem hoje e os programas mais populares da TV eram os musicais. A agitação em torno dos festivais, portanto, tinha muito a ver com a busca da Record por audiência.

Paulinho Machado de Carvalho, então diretor da emissora, diz que os festivais eram um espetáculo no qual cada artista desempenhava um papel: “Tinha de ser como luta livre: tinha o mocinho, o vilão, a heroína, etc”. Chico Buarque afirma que os arranjos das músicas apresentadas seguiam uma fórmula, pensada para cativar o público à primeira vista. Por fim, Edu Lobo conta que o público apostava para ver que canção ia ganhar. “Você era um cavalo”, resume o compositor.

Nada disso, porém, tira o valor artístico da música da época. Chico Buarque estava denunciando a repressão da ditadura militar em cadeia nacional, Caetano Veloso falava de guerrilha e amor livre no horário nobre e Gilberto Gil transformava uma história típica da classe trabalhadora em um sucesso da música jovem e de massas. Não era pouca coisa.

O grande mérito do documentário é mostrar em que condições específicas a MPB foi capaz de mobilizar multidões no Brasil. Deixa claro, assim, que Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil não são modelos eternos e universais, mas sim a expressão de um determinado momento histórico: uma época em que a MPB realmente foi popular.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O apocalíptico 21 de dezembro de 2012...

Cientistas da NASA e estudiosos da religião maia refutam as catástrofes supostamente previstas pelo calendário do povo mesoamericano

Profecias de antigas civilizações são sempre intrigantes. Por isso, diversos livros, sites, filmes e documentários têm explorado a previsão supostamente feita pelos maias de que o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012. A previsão de catástrofe, no entanto, não encontra respaldo entre os cientistas.

Intérpretes do calendário maia sugerem que nessa data haverá um alinhamento celeste entre e o Sol e o centro da galáxia, fenômeno que terá consequências nefastas para o planeta. A tese, no entanto, foi categoricamente refutada pelos cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa). Segundo os astrônomos, não há nada de extraordinário nesse alinhamento, que ocorre todo mês de dezembro, e o Sol e o centro galáctico nem sequer coincidirão exatamente em 2012.

Até para estudiosos de fenômenos extraterrestres a profecia maia sobre o fim do mundo não passa de um erro de análise. Para o peruano Ricardo González, os maias nunca se referiram à destruição do planeta. O que estaria indicado para o fatídico 21/12/12 seria o fim de um ciclo, iniciado em 3113 a.C. A boa notícia é que, segundo González, o suposto novo ciclo, a ser inaugurado em 22 de dezembro de 2012, promete ser mais positivo e trará mais esperança para a humanidade.

França prepara “lista da vergonha”...

Governo do país anuncia a publicação na internet dos nomes dos cidadãos que colaboraram com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial

O governo da França anunciou que, a partir de 2015, disponibilizará na internet uma lista com os nomes de todos os cidadãos que colaboraram com a ocupação alemã do país durante a Segunda Guerra. A data marca o fim do “prazo de validade” de 75 anos do sigilo legal dos registros produzidos durante o período de invasão nazista, entre 1940 e 1944.

Essas informações virão de relatórios policiais que até agora são mantidos em arquivos governamentais franceses e no Museu de Coleções Históricas da Prefeitura de Polícia, em Paris. O governo promete escanear todos os documentos do período, incluindo interrogatórios e registros de prisões.

As informações reveladas ajudarão a escrever novos capítulos da história da França na Segunda Guerra Mundial. Conforme apontou a jornalista Nabila Ramdani em nota no jornal inglês The Guardian, a existência de dados mais precisos sobre a colaboração francesa com o regime de Hitler e com a deportação de judeus e demais opositores do nazismo pode levar os pesquisadores a reavaliar a história da Resistência Francesa.

Os documentos produzidos em 1940 serão divulgados em 2015. A partir de então, gradativamente os demais registros serão publicados ao longo de quatro anos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Rasputin se recusa a morrer...

A alucinante história da morte do mago e curandeiro da realeza russa que, em uma única noite, foi envenenado, alvejado por tiros e mutilado, mas se recusou a morrer nas mãos de seus assassinos.


Barba desgrenhada, cabelos maltratados e olhar magnético: em 1916, este filho de camponeses semianalfabeto era o homem mais poderoso da Rússia


O místico ao lado de Mikhail Putyatin e do coronel Dmitry Loman, em 1905: influência nas diversas instâncias do governo russo.


O príncipe Iussupov, mentor do complô para assassinar o conselheiro místico do czar, e sua esposa, Irina.


A família do último imperador russo foi exterminada pelos revolucionários bolcheviques dois anos após a morte de Rasputin, exatamente como ele profetizou.


Em 1916, Grigori Iefimovitch Novykh, vulgo Rasputin, era o homem mais poderoso da Rússia. Dizem que tinha um olhar penetrante e magnético, compatível com a fama de místico que ampliava seu poder pessoal. De fato, exercia indiscutível fascínio sobre o frágil czar Nicolau II e sua bem-amada esposa, a imperatriz Alexandra Feodorovna.
Mas o poder de Rasputin não era nem um pouco oculto. Apoiava- se na excepcional ascendência que tinha sobre os monarcas absolutos da Rússia de então. Ele nomeava ministros do mesmo modo que os derrubava.
Sua aparência era desagradável. Filho de camponeses (então chamados “mujiques”, sinônimo de pobreza associada à servidão), o mago era sujo e grosseiro: a barba estava sempre desgrenhada, e os cabelos eram compridos, maltratados e gordurosos. Mal sabia ler e escrever.
Príncipes e grão-duques ficavam chocados diante da visão daquele homem. A população o temia. A nobreza espalhava boatos de que ele seria o responsável por todas as agruras pelas quais o país passava na Primeira Guerra Mundial, e as más línguas o acusavam, infundadamente, de ser amante da czarina, além de agente da inimiga Alemanha. Alguns conspiravam para assassiná-lo, o que ele não ignorava.
No início de dezembro daquele ano de 1916, Rasputin enviou a Nicolau II uma carta profética: Czar de todas as Rússias, tenho o pressentimento de que até o final do ano eu deixarei este mundo. Serei assassinado, já não estarei entre vós. Se eu for morto por gente do povo, gente como eu, tu não tens nada a temer, continuarás no trono. Mas, se eu for morto por nobres, as mãos deles ficarão manchadas pelo meu sangue. Eles se odiarão e matarão uns aos outros. Dentro de 25 anos não restará um único nobre neste país. Nenhum parente teu, nenhum de teus filhos sobreviverá mais de dois anos. O povo russo dará cabo de todos. Assim, depois que eu desaparecer, tem cuidado, pensa bem, protege-te. Diz a todos os teus que derramei meu sangue por eles. Reza, reza, sê forte, pensa em tua família.
Alguns dias depois, em 29 de dezembro de 1916, um telefonema anônimo avisou Rasputin de um perigo iminente, mas sem mais detalhes. Um pouco mais tarde, Protopopov, ministro do Interior, foi pessoalmente pedir que ele se trancasse em casa. Tudo em vão, pois à meia-noite, o místico se vestiu e se perfumou para sair. Usou uma camisa azul celeste, bordada de flores de girassol, e uma calça preta e bufante de veludo, além de botas de cano alto de verniz.
Uma noitada social aguardava o enjeitado filho de camponeses no palácio Iussupov, o ambiente mais luxuoso de Petrogrado (atual São Petersburgo). O carro do próprio príncipe Félix Iussupov foi buscá-lo em casa para o programa: conhecer sua casa e sua jovem esposa, Irina; em seguida, os três buscariam diversão fora dali, com os ciganos.
Era uma armadilha. Na realidade, Irina estava em Ialta, na Crimeia. O príncipe havia organizado uma farsa. No salão do primeiro andar, um fonógrafo tocava árias de dança, como se a dona da casa estivesse dando uma recepção para a alta sociedade local. Na verdade, ali estavam somente os quatro cúmplices do príncipe: o grão-duque Dimitri Pavlovitch, o deputado Purichkevitch, o tenente Sukhotin e o médico Lazovert. Para produzir o som de vozes femininas, eles tinham convocado Marianna Defelden, parente de Dimitri, e Vera Karalli, bailarina do balé Bolshoi.
Quando chegaram, Rasputin ouviu o som do fonógrafo. O príncipe lhe disse que a esposa tinha convidados importantes, mas prestes a partir, e que ambos deveriam esperar bebendo algo em uma encantadora sala íntima de refeições, no subsolo do palácio. O fogo da lareira ajudava a iluminar a decoração perfeita e a mesinha com quatro copos, algumas garrafas, biscoitos e um prato com docinhos de chocolate. Docinhos envenenados com cianureto de potássio pelo doutor Lazovert. Também havia veneno em dois dos quatro copos – para que não houvesse chance de erro na dose.
Rasputin e Iussupov sentaram-se e puseram-se a conversar. Nervosamente, o dono da casa ofereceu o prato com os docinhos. Rasputin recusou, pois não gostava de doces, o que sua filha Matryona confirmaria posteriormente. O príncipe ficou desconcertado, e o convidado acabou aceitando um e depois outro. Iussupov não tirava os olhos dele, ansioso por detectar os efeitos do veneno, mas nada acontecia. Ofereceu, então, um excelente vinho da Crimeia. Nova recusa, nova ansiedade. Por fim, o próprio Rasputin encheu os dois copos vazios. Brindaram. Ele gostava de vinho, pediu para ser servido novamente. Iussupov conseguiu então dar a ele um dos dois copos que continham veneno. Rasputin bebeu de um só gole, sem perceber nem gosto nem cheiro suspeito, e... nada aconteceu. Aquele homem parecia invulnerável!
Aterrorizado, Iussupov desculpou-se e subiu ao primeiro andar, para avisar seus cúmplices que o veneno não fazia efeito: Rasputin tinha seguramente parte com o diabo. O príncipe desceu novamente. “Nós nos sentamos de frente um para o outro e bebemos em silêncio”, contaria ele em suas Memórias. “Rasputin me olhava com um sorriso zombeteiro, como que dizendo: ‘Estás vendo, não podes nada contra mim’. De repente, ele me lançou um olhar de ódio. Um olhar diabólico.”
Passaram-se duas horas, e Rasputin se impacientava, vendo que Irina não chegava. Os quatro conspiradores, no limite de seus nervos, se perguntavam se não seria melhor descer de uma vez e acabar com Rasputin. Iussupov ia e voltava de um andar a outro. Argumentava que seu hóspede era capaz de uma reação terrível se visse os quatro chegarem juntos. Se Dimitri lhe emprestasse seu revólver, ele mesmo abateria o convidado!
O príncipe desceu novamente, com a arma escondida. Ao chegar ao subsolo, ficou por um momento contemplando o crucifixo sobre a escrivaninha. “Vê como esse Cristo é bonito”, disse ao convidado. “Faz o sinal da cruz diante dele e reza uma oração.” Obrigando a vítima a fazer o sinal da cruz, esperava exorcizar o demônio que protegia seu inimigo. Talvez por intuição, Rasputin teve um momento de apreensão, mas seu adversário não lhe deu tempo de se recompor. Empunhou a arma e acertou-o no peito. Com um grito, Rasputin desabou no chão. Ao ouvir o ruído, os quatro cúmplices entraram correndo e levaram o corpo do infeliz, em convulsão, até o pátio. Antes de irem jogar o corpo no rio, os quatro voltaram ao primeiro andar, para se despedir das duas senhoras e avisá-las de que o crime estava consumado.
Iussupov desceu novamente para contemplar o cadáver, conferiu o pulso e, acreditando que o coração já não batia, sacudiu o corpo com toda força e o deixou cair com violência sobre a neve. De repente, Rasputin abriu um olho, e em seguida o outro. “Aconteceu então algo inacreditável”, continua Iussupov em seu relato. “Rasputin reuniu todas as suas forças. Com um pulo, se levantou, espumando pela boca, e avançou sobre mim, com um rugido assombroso. Com os dedos trêmulos, se agarrou a meus ombros, depois ao meu pescoço, tentando me estrangular. Ele urrava meu nome.”
O príncipe contou que empurrou Rasputin com todas as forças e conseguiu se soltar. Do alto da escadaria, Purichkevitch ouviu o príncipe pedir: “Atira! Ele ainda está vivo”. O cúmplice desceu, com um pesado revólver na mão. Viu Rasputin avançar sobre o príncipe no pátio, aos gritos: “Félix, Félix, eu vou contar à czarina!”. Purichkevitch se lançou em sua perseguição e atirou duas vezes, mas errou. Chegou então o grão-duque Dimitri, o único militar do grupo, acostumado a usar uma arma. Este também atirou duas vezes: a primeira bala atingiu Rasputin nas costas; a segunda, na cabeça, o derrubou no chão, sobre a neve.
Diante das duas mulheres assustadas, os homens exultaram. Descontrolado, Iussupov atacou violentamente o corpo e, depois, mandou o mordomo apagar os vestígios de sangue. Para ter um álibi, matou com um tiro na boca seu cachorro mais fiel, para o caso de alguém declarar posteriormente ter ouvido estampidos de armas.
Purichkevitch, Sukhotin e Lazovert, por sua vez, enrolaram Rasputin em um cobertor, amarraram com uma corda e o levaram de carro até uma ponte. Ali, o alçaram sobre o parapeito, sobre a capa de gelo que recobria o rio Neva e procuraram uma brecha para lançar o corpo às águas.
Na pressa, esqueceram de pesos que fizessem o cadáver afundar. Dois dias depois, a 200 metros da ponte, surgiu o morto coberto de gelo e horrivelmente mutilado. Mais surpreendente eram suas mãos: estavam erguidas, como se tentassem se soltar das cordas. A autópsia revelou a presença de água nos pulmões, prova de que apesar do veneno, das balas e dos golpes que sofrera, ainda respirava quando foi jogado na água. Morreu afogado e de frio.
Toda a cidade soube então da morte do místico. Uma multidão acorreu ao local, munida de baldes e garrafas, para pegar a água que tinha estado em contato com seu corpo, como que para recolher uma parcela de sua força sobrenatural. A polícia identificou rapidamente os assassinos.
Na alta sociedade as pessoas comemoraram a vitória da “pátria” sobre o suposto traidor, mas o povo passou a vê-lo como mártir – o homem vindo da miséria, que defendia os interesses dos pobres junto ao czar, assassinado pela nobreza.
Para a czarina, foi uma tragédia: ela perdia aquele em quem depositava toda a sua confiança, um homem de Deus, aquele que lhe dava segurança. Alexandra viu nas mãos erguidas do morto um presságio sinistro: tudo desmoronaria na Rússia. Tinha razão. Um ano e meio depois, na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918, ela foi assassinada pelos bolcheviques, assim como seu marido e seus cinco filhos.
Nicolau II não era tolo. Ficou horrorizado com as circunstâncias do assassinato. Todavia sabia que, se aquele tipo de processo evoluísse publicamente, seu prestígio político e seu trono correriam perigo. Mandou expulsar os assassinos da cidade e ordenou o encerramento das investigações.


terça-feira, 29 de junho de 2010

Mantenha-se sempre atento...


As origens do futebol no Brasil...

Exposição virtual organizada pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo reúne imagens e textos que contam a história do esporte no país

O Arquivo Públivo do Estado de São Paulo organizou uma exposição on-line sobre a história do esporte mais popular de nosso país. A página “Futebol no Brasil: das origens à popularização” apresenta fotografias, revistas, jornais e demais materiais retirados do acervo da instituição que retratam a trajetória da maior paixão nacional, das origens no século XIX à consagração.

A mostra foi dividida em sete seções que tratam de temas como o uso político do esporte pelos governos, a presença feminina nos gramados, o marketing que gira em torno do futebol e a construção de nossa imprensa esportiva. Além disso, é possível consultar um glossário de termos ligados ao mundo da bola e uma pequena bibliografia sobre o esporte.

O grande destaque do site fica por conta da seção “Atividades pedagógicas”. Nela, o internauta pode fazer download de 11 propostas educativas voltadas a alunos do ensino fundamental e médio. Em todas elas, o acervo do Arquivo do Estado é usado para promover discussões sobre a sociedade, a política e a história de nosso país durante o século XX. Uma boa dica para professores e demais profissionais de educação.

Espiões russos são descobertos e presos...

Por The New York Times

Eles viveram por mais de uma década em cidades americanas e subúrbios, de Seattle a Nova York, e pareciam casais comuns, com empregos habituais, conversando com vizinhos sobre escolas e pedindo desculpas por adolescentes barulhentos.

Na segunda-feira, no entanto, promotores federais acusaram onze pessoas de fazer parte de uma rede de espionagem russa, vivendo sob nomes falsos e envolvidos profundamente num paciente esquema para penetrar no que uma mensagem em código chama de “círculos de decisão política” americanos.

Uma investigação do FBI que começou sete anos atrás culminou com a prisão no domingo de dez pessoas em Yonkers, Boston e no norte da Virgínia. Os documentos detalhados que as autoridades chamam de “programa de clandestinos” é um ambicioso esforço de longo prazo da SVR, a sucessora da soviética KGB, para plantar espiões nos Estados Unidos com o objetivo de recolher informações e recrutar novos agentes.

Os supostos agentes estão envolvidos em recolher informações sobre armas nucleares, política americana sobre o Irã, liderança da CIA, ações do Congresso e muitos outros tópicos, disseram os promotores. Os espiões russos faziam contato com ex-funcionários graduados da segurança nacional americana e pesquisadores nucleares, entre outros. As acusações não incluem espionagem e não está claro quais segredos os suspeitos – que incluem cinco casais – estavam coletando.

Após anos de vigilância do FBI, os investigadores decidiram fazer as prisões no final de semana passado, logo depois da visita do presidente russo, Dmitri Medvedev, ao colega Barack Obama. O presidente americano não ficou feliz com a data, mas investigadores temiam que alguns suspeitos pudessem escapar, segundo um oficial.

As acusações apresentadas em tribunais distritais na segunda-feira podem ser vistas como um thriller à moda antiga da Guerra Fria. Espiões trocando sacos de laranja idênticos em uma escadaria de estação ferroviária, identidade emprestada de um canadense morto, passaportes falsos, tinta invisível, uma grande soma de dinheiro enterrado durante anos num campo ao norte de Nova York.

Mas a rede dos chamados “clandestinos” – espiões operando com nomes falsos fora da cobertura usual da diplomacia – também usou tecnologias digitais, segundo as acusações. Eles incorporaram mensagens codificadas em imagens de aparência comum publicadas na internet e dois deles se comunicavam usando softwares especiais em seus laptops.

Especialistas em inteligência russa manifestaram surpresa com a dimensão, longevidade e dedicação do programa. Eles notaram que Vladimir Putin, primeiro-ministro russo e ex-presidente e chefe de espionagem, tinha trabalhado para restaurar o prestígio da inteligência russa depois do colapso da União Soviética e a péssima imagem da KGB.

“A magnitude, e o fato de haver muitos envolvidos, foi um choque para mim”, disse Oleg Kalugin, ex-general da KGB que trabalhou com espião soviético nos Estados Unidos nos anos 60 e 70 sob a cobertura “legal” como diplomata e correspondente da Rádio Moscou. “É um retorno aos velhos tempos, nos piores anos da Guerra Fria. Acho que não há mais de dez clandestinos nos Estados Unidos, provavelmente menos.”

As autoridades americanas também seguiram um grupo de agentes baseados em Yonkers em viagens para um país da América do Sul não identificado, onde foram filmados recebendo sacos de dinheiro e passando mensagens escritas com tinta invisível para russos num parque público. Os promotores afirmaram que o “programa de clandestinos” se estende a outros países. Com o uso de documentos fraudados, os espiões podem “assumir identidades de cidadãos ou residentes legais de países onde foram plantados”.

Por vezes eles cursam universidades, arrumam empregos e se ligam a associações profissionais para aprofundar suas identidades falsas. Uma mensagem dos chefes em Moscou, em inglês desajeitado, dá conta da mais reveladora atribuição dos agentes: “Você foi mandado para os Estados Unidos para um trabalho de longa duração”, diz o texto. “Sua educação, conta bancária, carro, casa – tudo serve a um objetivo: cumprir sua missão principal, a pesquisa e desenvolvimento de laços com círculos políticos e o envio de relatórios de inteligência.”

Os presos foram acusados de conspiração (e não por suposta espionagem), lavagem de dinheiro e omissão, por não se registrarem com agentes de um governo estrangeiro. Os crimes têm sentenças que variam entre cinco e 20 anos. Eles não foram acusados de obter material secreto.

domingo, 27 de junho de 2010

terça-feira, 22 de junho de 2010

Perigoso Sabre de Luz, semelhante ao usado em Star Wars vira febre...




O Spyder III Pro Arctic foi considerado o laser mais perigoso já criado. Ele tem um feixe 1000 mais forte do que a luz solar e é tão poderoso que pode derreter a pele dos usuários, e também causar câncer.
Aliás, o laser é tão potente que pode ofuscar os pilotos de aeronaves que estão a vários quilômetros de distância.
“Este laser pode ser um dispositivo muito desagradável nas mãos erradas. Ele pode ser usado para causar cegueira num motorista e causar uma carnificina. E sob nenhuma circunstância eles deveriam estar à venda na internet”, disse John Colton, diretor da Lucid Optical Services ao The Sun.
Christine Heemskerk, da Trading Standards, disse: “Nós estamos seriamente preocupados com a venda desses produtos – que só deveriam ser vendidos para uso industrial”. “Extremamente perigoso é um eufemismo para o poder desse laser”.
O site diz que os grandes riscos estão nas queimaduras de pele e cegueira instantânea, mas são os usos alternativos, feitos pelos fãs de Star Wars como Sabre de Luz, que lideram a fila de acidentes.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago, Nobel Literatura em 1998...

Do UOL Notícias Em São Paulo
Morreu nesta sexta-feira (18) em Lanzarote (Ilhas Canárias), o escritor português José Saramago, aos 87 anos. Saramago ganhou o Prêmio Nobel da Literatura em 1998.O escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses.Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção numa editora.Começou a atividade literária em 1947, com o romance Terra do Pecado. Voltou a publicar livro de poemas em 1966. Atuou como crítico literário em revistas e trabalhou no Diário de Lisboa. Em 1975, tornou-se diretor-adjunto do jornal Diário de Notícias. Acuado pela ditadura de Salazar, a partir de 1976 passou a viver de seus escritos, inicialmente como tradutor, depois como autor.Em 1980, alcança notoriedade com o livro Levantado do Chão, visto hoje como seu primeiro grande romance. Memorial do Convento confirmaria esse sucesso dois anos depois.Em 1991, publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, livro censurado pelo governo português - o que leva Saramago a exilar-se em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde vive até hoje. Foi ele o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998.Entre seus outros livros estão os romances O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997), e O Homem Duplicado (2002); a peça teatral In Nomine Dei (1993) e os dois volumes de diários recolhidos nos Cadernos de Lanzarote (1994-7).

terça-feira, 15 de junho de 2010

Inscrições para o ProUni começam nesta terça-feira...


A partir desta terça-feira e até o próximo dia 19, os interessados em participar do Programa Universidade para Todos (ProUni) já podem se candidatar a uma das 60.488 bolsas oferecidas em 1.225 instituições privadas de ensino superior. As inscrições acontecem a partir das 10h no site do Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o governo, do total disponível para o segundo semestre de 2010, 39.113 das bolsas são integrais e 21.375 parciais, que custeiam 50% da mensalidade. As bolsas integrais são destinadas aos alunos com renda familiar mensal per capita de até um salário mínimo e meio (765 reais). Já as parciais são para os candidatos cuja renda familiar mensal per capita não seja superior a três salários mínimos (1.530 reais).
Aqueles que desejam participar do ProUni devem ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou em colégio particular como bolsista. Também é necessário ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009 e alcançado no mínimo 400 pontos na média das cinco provas. Podem se inscrever professores da rede pública de ensino básico interessados em cursos de licenciatura, normal superior ou pedagogia, desde que estejam em exercício. Nesse caso, não é necessário cumprir o critério de renda.
A lista dos pré-selecionados em primeira chamada deve ser divulgada no dia 21 de junho. No período de 22 de junho a 2 de julho os selecionados deverão comparecer às instituições de ensino para entregar documentos que comprovem as informações prestadas durante as inscrições.

Quantidade de água na Lua é maior do que se pensava...

A quantidade de água na superfície lunar é maior do que os astrônomos pensavam, revelou um estudo divulgado na segunda-feira. As recentes missões à Lua revelaram a presença de gelo nas sombras das crateras, e também sob a poeira lunar. "A água pode ser onipresente no interior lunar", afirmaram os pesquisadores à revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
"Por mais de 40 anos pensamos na Lua como seca", disse Francis McCubbin, do Instituto Carnegie, de Washington, que liderou o estudo. "Descobrimos que o conteúdo mínimo de água variava de 64 partes por bilhão a 5 partes por milhão - pelo menos duas ordens de magnitude maior do que os resultados anteriores."
A água não está imediatamente acessível - ela está incorporada ao interior rochoso da Lua, segundo o relatório. Hoje, a maioria dos cientistas acredita que a Lua se formou quando um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra, ejetando um material que se aglutinou e começou a orbitar o planeta, 4,5 bilhões de anos atrás.
Houve formação de magma nesse processo, e algumas moléculas de água podem ter sido preservadas conforme o magma esfriava e se cristalizava. Os pesquisadores examinaram amostras recolhidas há 40 anos durante as missões lunares Apolo. Rochas do tipo mais comum no interior contêm evidências químicas de compostos de hidrogênio e oxigênio que indicam a presença de água.
"As concentrações são muito baixas e, por isso, foram até recentemente quase impossíveis de detectar", disse em nota Bradley Jolliff, da Universidade de Washington, em Saint Louis, que trabalhou na pesquisa. "Podemos agora finalmente começar a considerar as implicações e a origem da água no interior da Lua."

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cemitério milenar é descoberto no Egito...

Arqueólogos encontram conjunto de túmulos onde foram enterradas mais de 40 múmias de diversos períodos da história do país do Nilo.

Uma missão arqueológica encontrou, a 130 km da cidade do Cairo, no Egito, uma coleção de 45 túmulos de antigos habitantes do reino dos faraós. Os achados datam de diferentes períodos, como a primeira e a segunda dinastias (2750 a 2649 a.C.), o Novo Império (2030 a 1660 a.C.) e o Período Tardio (724-343 a.C.). Ao todo, as descobertas cobrem mais de dois milênios de história egípcia.

O arqueólogo Zahi Hawass, Secretário Geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA), afirmou em seu site que as sepulturas abrigam sarcófagos de madeira com múmias em excelente estado de preservação. Em declaração à mesma página de internet, o professor Abdel Rahman El-Aydi, líder da expedição responsável pelo achado, disse que algumas dessas tumbas estão quase intactas, o que pode fornecer novos dados aos pesquisadores do antigo Egito.

As 45 tumbas foram encontradas no sítio arqueológico de Lahoum, na cidade de Fayoum. A equipe do professor El-Aydi já havia encontrado, no ano passado, 53 túmulos de pedra de vários períodos da história egípcia que ainda estão sendo escavados.

As origens históricas do Dia dos Namorados...

Celebração em homenagem a São Valentim surgiu na Idade Média e por séculos foi uma festa que liberou mulheres casadas para trair seus maridos...

O dia dos namorados, ou dia de São Valentim, como é chamado em alguns países, é uma das principais datas comemorativas do planeta. A troca de presentes e mensagens entre os casais aquece o comércio e gera cifras colossais em diversos países. No entanto, a celebração nem sempre foi ligada ao comércio. A festividade tem raízes históricas que remontam aos rituais pagãos da Roma antiga.

De acordo com a tradição, o dia 14 de fevereiro, data em que o dia dos namorados é comemorado em países como os Estados Unidos, relembra o aniversário de morte de São Valentim, mártir cristão que provavelmente viveu durante o século III. Nesse período, o imperador romano Claudio II proibira os casamentos, por acreditar que os homens solteiros e sem responsabilidades familiares eram melhores soldados. Valentim se opôs a essa decisão, concedendo as bênçãos matrimoniais a jovens noivos de forma clandestina.

A rebeldia do santo o levou à prisão e ele acabou decapitado no ano de 270. Durante o período em que esteve trancafiado, Valentim teria se apaixonado por uma jovem, filha do carcereiro, com quem manteve um romance secreto. Antes de sua morte, o religioso lhe escreveu uma mensagem em que assinou “do seu Valentim”, criando aquilo que se tornaria o primeiro cartão de dia dos namorados.

Dois séculos depois, no ano de 496, o papa Gelásio I escolheu Valentim como símbolo dos enamorados. No entanto, toda a saga do mártir é incerta. Há pelo menos três religiosos com o nome de Valentim, dois deles sepultados em Roma e um terceiro que teria sido morto na África. A própria Igreja Católica, em 1969, deixou de celebrar o aniversário do santo por considerar suas origens – e mesmo sua existência – incertas.

Apesar dessas dúvidas sobre a verdadeira história do mártir, a data que relembra sua morte se consolidou durante o período medieval, mas de uma maneira muito diferente da que conhecemos hoje. Ligadas a rituais de fertilidade e renovação da terra que remontam ao período romano, as comemorações do dia de São Valentim eram o momento em que as rígidas condutas morais impostas pela Igreja Católica eram quebradas. Nessas festividades, as mulheres casadas reconquistavam as liberdades do tempo de solteiras e ficavam livres para flertar com quem quisessem, podendo até cometer adultério com a tolerância de seus maridos.

Esse tipo de conduta, que desafiava o sagrado dever da fidelidade, foi duramente combatido pela Igreja, especialmente após o século XVII, durante a chamada Contra-Reforma. Essas tradições se mantiveram por algum tempo em regiões como Turim e Gênova, mas a partir do século XX já haviam desaparecido por completo. A partir de então, a comemoração do dia de São Valentim abandonou suas raízes libertinas e se tornou uma ocasião para as demonstrações de afeto entre casais de todo o planeta.

No Brasil, a história do dia dos namorados começou em 1949. Na época, o empresário João Dória trouxe do exterior a ideia de celebrar uma data em homenagem aos jovens casais. No entanto, a festa passou por algumas adaptações para se encaixar melhor nas tradições do país. Em primeiro lugar, a referência a São Valentim, santo nada popular na cultura brasileira, foi abandonada. Em seguida, trocou-se o dia 14 de fevereiro pelo 12 de junho. A nova data, véspera do dia do “santo casamenteiro”, Santo Antônio, foi escolhida para que a festividade pudesse animar o fraco comércio no sexto mês do ano. E deu certo.