sábado, 30 de outubro de 2010

Artista norte-americano vira celebridade por esculpir impressionantes imagens em abóboras...

Este não é um hábito tão comum aqui no Brasil, mas o resultado é fantástico. São necessários vários meses para a fruta crescer e apenas poucas horas para o artista Ray Villafañe esculpir uma imagem.

O designer e ex-professor de artes usa colheres e um bisturi para esculpir as abóboras para a festa de Halloween. O negócio deu tão certo, que Villafañe tornou-se uma pequena celebridade nos EUA, aparecendo em vários programas de TV.

“Esculpir sempre foi uma paixão. Pensei por que não tentar esculpir a abóbora como se fosse um pedaço de barro? Saiu tudo bem, mas o resultado mais importante foi que as crianças na escola simplesmente adoraram”, disse ele ao Daily Mail.






sábado, 16 de outubro de 2010

Patrimônio submerso no litoral espanhol...


Governo de Madri lança programa para vasculhar as costas do país em busca de embarcações e tesouros naufragados entre os séculos XVI e XIX


A Marinha Espanhola lançou no último dia 08 de setembro um programa para proteger o patrimônio histórico que está submerso nas costas do país. Equipada com navios, submarinos, dois caça-minas e cerca de 100 profissionais, a instituição vai passar dois meses vasculhando o litoral da cidade de Cádiz, no sul da península Ibérica, em busca de vestígios de naufrágios que ocorreram nos séculos passados.

Nesse primeiro mês de atividades, a Marinha já identificou uma centena de possíveis sítios na região, o que totalizaria, segundo informações publicadas pelo jornal inglês The Guardian, algo entre 500 e 800 embarcações afundadas. O chamado Golfo de Cádiz é uma das áreas que mais abriga tesouros submersos, já que a região recebia boa parte dos navios espanhóis que durante os séculos XVI, XVII e XVIII traziam ouro e prata das colônias americanas.

Por enquanto, nenhum dado foi confirmado pelo governo espanhol, que encaminhou os vestígios encontrados para análises laboratoriais e de arqueólogos. Comprovada a sua originalidade, esses materiais devem ser encaminhados para instituições como o Museu Naval de Madri e o Museu Nacional de Arqueologia Subaquática.

Segundo informações do mesmo periódico, esse programa da Marinha seria uma resposta do governo espanhol a um incidente ocorrido em 2007 envolvendo o navio Nossa Senhora das Mercedes. A embarcação, afundada pelos ingleses em 1804 no sudoeste de Portugal, foi encontrada pela empresa transnacional Odyssey Marine Exploration, que retirou do local cerca de 500 milhões de dólares em moedas e artefatos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cosmos, de Carl Sagan completa 30 anos...


“Nós somos uma forma do Cosmos conhecer a si mesmo”.

Quando a Humanidade deu seu grande salto na Lua em 1969, em torno de meio bilhão de pessoas assistiram empolgadas em pequenas TVs em preto e branco a dois astronautas pisarem em outro mundo. O evento marcou toda uma geração e continua sendo um dos maiores feitos de nossa espécie, mas apenas três anos depois, quando os astronautas da Apollo 17 deram o último adeus ao nosso satélite natural, o interesse popular pela exploração espacial já não era tão grande. Faltava algo mais básico para continuar a alimentar o grande interesse público além da novidade de pisar na Lua.

Foi neste contexto que um cientista espacial que continuava a explorar outros mundos com sondas robóticas renovaria a fascinação de centenas de milhões. Através da mesma telinha, agora a cores e com efeitos especiais e um roteiro quase poético, ele relembraria e para muitos apresentaria pela primeira vez o que realmente significava aquela pegada no solo lunar – e tanto mais além desta façanha.


Desde as verdadeiras dimensões do Universo em que vivemos até a magnífica aventura do conhecimento que levou um pequeno punhado de macacos pelados a se estender por todo um planeta e, com o poder fantástico do método científico, viajar ainda mais longe. À vastidão em que ainda não tocamos, com uma “nave da imaginação” modelada à imagem de uma semente de dente-de-leão ao vento, ele nos levaria cruzando a galáxia por anos-luz.

Falamos, é claro, da série televisiva “Cosmos: Uma Viagem Pessoal” do astrônomo Carl Edward Sagan, cujo primeiro episódio foi ao ar pela TV americana em 28 de setembro de 1980. Toda uma geração, incluindo este que escreve estas linhas, já nasceu e cresceu não sob a sombra, mas sob a luz e inspiração de uma obra ao mesmo tempo popular e imensamente inteligente, sóbria e profundamente atraente.


Quando finalmente retornarmos à Lua depois de um longo afastamento, ou quando visitarmos Marte e os infinitos mundos que nos aguardam pelo espaço, talvez nosso interesse e excitação como um todo dure um tanto mais porque nos lembraremos de sua grande e bela visão.


Três décadas depois, é surpreendente como muito da visão de Sagan do Cosmos seria largamente validada, transformando especulação otimista em fato científico. Um destes elementos mais empolgantes envolve o primeiro planeta fora do sistema solar, que só seria confirmado como descoberta científica quase uma década depois que Sagan despertasse milhões às tantalizantes possibilidades da multiplicidade de mundos.

Pois desde o primeiro exoplaneta em 1988, quase 500 exoplanetas já foram confirmados. Os nove, ou melhor, oito planetas de nosso sistema solar são hoje poucos em comparação com as centenas de outros corpos orbitando estrelas longínquas. E a viagem da imaginação aos fatos não parou aí.

Os dados iniciais de um novo satélite, o Kepler, como parte continuada da exploração do Cosmos, podem mais do que dobrar este número em poucos meses de observação, levando à sugestão de que planetas sejam não só quase onipresentes pela Galáxia, como que até 100 milhões de planetas como a Terra populem a Via Láctea. Por sua vez, apenas uma das centenas de bilhões de galáxias pelo Universo.


Na mesma semana de aniversário de Cosmos, o mais forte candidato a exoplaneta potencialmente habitável, chamado Gliese 581 g, foi anunciado com grande animação. A beleza disto é que sendo esta a ciência, a descoberta pode ou não ser confirmada, mas sendo esta a ciência e particularmente uma área que assistiu a enormes avanços nas últimas décadas, é uma questão de tempo até que dezenas, centenas, milhares e quem sabe mesmo milhões de planetas como a Terra sejam comprovados em nossa galáxia.

São números que mesmo o homem dos grandes números, com quem o apresentador Johnny Carson brincava sobre os “bilhões e bilhões”, tomaria como uma estimativa muito otimista. O amanhã em que vivemos hoje trata de confirmá-la como fato. Imaginação e ceticismo, combinados para descobrir que sonhos podem ser realidade.


Em meio à viagem pelas estrelas, e entre os milhões de planetas como a Terra que podem existir, Sagan também se preocupou muito em abordar as questões muito humanas que enfrentávamos em nosso único e pálido ponto azul. No início da década de 1980, a Guerra Fria começava a se reaquecer enquanto EUA e União Soviética acumulavam dezenas de milhares de ogivas nucleares, um número grande que o cientista espacial se dedicou obstinadamente a diminuir. Poucos anos depois de Cosmos, Carl Sagan seria um dos descobridores do Inverno Nuclear, destacando ainda mais o perigo de extinção que enfrentávamos como espécie.


Igualmente superando as mais otimistas expectativas de Carl Edward, alguma lucidez tomou conta de líderes de ambos os lados, que passaram a diminuir seu arsenal, até que em 1989 a União Soviética implodiu sem o disparo de nenhuma bomba nuclear. Se superamos a maior urgência deste desafio, por outro lado, perigos sobre os quais Sagan também alertou e que há trinta anos pareciam menores hoje se tornam prioridade, como as mudanças climáticas e todo o impacto que o nosso próprio sucesso descomunal em habitar todos os continentes e contar com um número cada vez maior de confortos exerce sobre o pálido ponto que pode em breve tomar uma cor diferente e menos hospitaleira que o azul.


Vivemos em um fabuloso amanhã, com novos conhecimentos e novos desafios de uma geração somando-se à enorme jornada de milhares de ancestrais explorada em Cosmos. Lamentavelmente, vivemos também sem a companhia de Sagan, que nos deixou cedo apenas 16 anos depois de comover um mundo com a beleza e mesmo a espiritualidade que pode ser encontrada na busca pelo conhecimento através da ciência.

Se Sagan teve uma visão por vezes profética de descobertas futuras, também podemos profetizar com grande segurança que é mera questão de tempo até que um membro da geração sob a luz de Cosmos ganhe um prêmio Nobel. E ele – ou ela – será apenas o primeiro de muitos, enquanto Carl Sagan deve ter o mérito de ter inspirado diretamente mais do que qualquer outra pessoa um número gigantesco de jovens a seguir uma carreira científica e ajudar o Cosmos a conhecer a si mesmo.

O legado de Sagan vive como uma porção particularmente brilhante de conhecimento, e como tal só deve se multiplicar enquanto novas mentes continuarem sendo inspiradas a buscar saber mais sobre “tudo que existe, tudo que existiu e tudo que existirá”.