Os grandes dinossauros herbívoros já estavam em decadência, ao
contrário dos carnívoros, quando um meteorito provocou o desaparecimento de
todos esses répteis ao cair na Terra há 65 milhões de anos, indica um estudo
publicado nesta terça-feira.
"Muita gente acha que a extinção dos dinossauros se deveu a
um asteroide que matou todos eles", afirma o paleontólogo do Museu de
História Natural de Nova York, Steve Brusatte.
"Hoje podemos dizer que, provavelmente, as coisas foram mais
complicadas", acrescentou.
Alguns cientistas acreditam que os dinossauros terrestres
desapareceram depois que um meteorito atingiu a Terra no período
Cretáceo-Terciário.
Já o estudo publicado pela Nature Communications se baseia na
comparação das estruturas dos esqueletos de 150 espécies diferentes de
dinossauros terrestres para ver como mudaram com o tempo. O objetivo era saber
se uma espécie declinava ou, ao contrário, estava aumentando suas
possibilidades de sobrevivência.
Dessa forma, chegou à conclusão de que os grandes herbívoros com
chifres ou bico de pato reduziram sua variedade durante os 12 últimos milhões
de ano do Cretáceo.
"Estes dinossauros estavam se tornando cada vez mais
parecidos uns com os outros, estavam perdendo a variedade. No geral, quando se
vê uma redução da anatomia de um tipo, isso quer dizer que o grupo está em
dificuldades", assegurou.
Ao contrário, os grupos que aumentam sua variedade têm maiores
possibilidades de sobreviver porque podem ocupar novos nichos de habitat ou
adaptar-se melhor à mudança, segundo o pesquisador.
Até o fim do Cretáceo, os grandes dinossauros herbívoros estavam
em decadência, mas os grandes carnívoros e os herbívoros de tamanho médio
prosperavam.
"O que se pode dizer com seriedade agora é que, quando o
asteroide caiu e começaram as erupções vulcânicas, não atingiram um mundo no
qual tudo estava indo bem, um mundo estático", avaliou Brusatte.
"Naquela época, os dinossauros, ou pelo menos alguns deles,
conheciam importantes mudanças evolutivas e pelo menos esses herbívoros grandes
estavam em decadência", concluiu.